Dentre as melhores recordações de minha infância estão as tardes de domingo em que eu, meu pai e meu avô íamos assistir aos jogos do Vozão. Bons tempos em que os estádios eram considerados ambientes de diversão familiar, freqüentados por pessoas de bem com uma paixão em comum.
Justamente por conta dessa paixão, em meados da década de 80, começou a ganhar corpo nas arquibancadas o movimento das torcidas organizadas. Responsáveis por “organizar” a festa, foi delas que passaram a surgir as manifestações mais criativas e bonitas de incentivo aos times durante as partidas. Faixas, bandeiras, bandeirões, fogos, sinalizadores, gritos de guerra, bateria, uniformes, coreografias. As torcidas organizadas transformaram-se em um espetáculo à parte. A cada jogo elas se esforçavam para inventar uma novidade, na tentativa de fazer a festa do seu time maior e mais bonita que a do time adversário.
Essa disputa, saudável em sua essência, foi ficando mais acirrada e em pouco tempo suplantou a própria rivalidade dentro de campo. As organizadas passaram a “torcer” por elas mesmas. Os gritos de apoio ao time foram paulatinamente substituídos por gritos de amor a própria torcida e de ódio a torcida adversária. Este cenário foi propício a que pessoas alheias ao futebol passassem a utilizar o mesmo como fachada para outras disputas e foi, a partir daí, que começaram a surgir as manifestações de violência nas arquibancadas que todos conhecemos e que marcaram tão negativamente a imagem das torcidas organizadas.
No entanto, na essência da formação de uma torcida está o amor incondicional de um grupo de pessoas a um determinado clube. É exatamente esse sentimento que a Torcida Organizada Cearamor, maior organizada do Norte e Nordeste, quer resgatar para mostrar as outras torcidas e a sociedade em geral a verdadeira razão de existir de uma torcida organizada. Nesse sentido, além de realizar um trabalho exemplar na identificação e expulsão de membros causadores de brigas, a Cearamor acaba de lançar um CD só com músicas de apoio ao time. São 12 faixas, em ritmo funk, de juras incondicionais de amor ao Ceará Sporting Club, sem nenhuma menção a torcidas ou times adversários e muito menos a gestos de violência.
Um outro aspecto interessante da iniciativa é a maneira como ele se deu. Para selecionar as 12 faixas a diretoria da Cearamor solicitou através do Orkut que os torcedores enviassem sugestões de letras. Eu mesmo, que não sou membro oficial da torcida, tive uma música selecionada, o que demonstra a maneira participativa e democrática com que a Cearamor vem conduzindo seus projetos.
Se você quer conhecer um pouquinho de uma das músicas que estarará na boca da galera nos próximos jogos é só conferir aí embaixo:
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2 comentários:
é isso ae! parabéns a CEARAMOR a maior do N-NE-CO
essa da música foi ótima hahaha você é uma caixinha de surpresas
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