A relação entre o futebol e o samba sempre foi muito estreita, no Brasil. Numa época em que há um número cada vez maior de brucutus jogando bola, e um jogo cada vez mais burocrático, essa relação parece estar cada vez mais se enfraquecendo, principalmente, após a conquista da Copa do Mundo de 1994. Acho que o maior exemplo dessa relação em seu modo de jogar foi dado por Mané Garrincha, a alegria do povo. Nesse período de carnaval, em que o samba aparece de um jeito brega e chato na TV, e período em que se completam 25 anos da morte de Mané, que me deixa saudade mesmo que nunca o tenha visto jogar, posto aqui minha homenagem ao anjo torto, de pernas tortas, que, inclusive, já vestiu, num amistoso na década de 1960, a gloriosa camisa do Leão de Aço.
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento,
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé de vento!
Num só transporte, a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
Garrincha, o anjo, escuta e atende: Gooooool!
É pura imagem: um G que chuta um O
Dentro da meta, um L. É pura dança!
"O anjo de pernas tortas", poema de Vinicius de Moraes
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento,
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé de vento!
Num só transporte, a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
Garrincha, o anjo, escuta e atende: Gooooool!
É pura imagem: um G que chuta um O
Dentro da meta, um L. É pura dança!
"O anjo de pernas tortas", poema de Vinicius de Moraes
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