quarta-feira, 30 de abril de 2008

O ponto de vista da Tara

Tenho uma amiga, Rozane Alencar, que, entra muitas coisas na vida, é torcedora do Ferroviário - segundo time de todos nós, sem dúvida. Pois não é que, entrando no blog dela, vi um texto belíssimo sobre o jogo de domingo passado? Pensei que pra sentir tesão por uma partida fosse necessário torcer por algum time, mas ela me provou o contrário, pois seu texto é belo e intenso. Posto aqui como fonte de inspiração para mim mesmo, para, quem sabe, melhorar meus textos e reafirmar cada vez mais bela minha paixão pelo Leão de Aço. Segue abaixo o texto dela:

Foi bonito de ver, mas foi sofrido

Meio de tarde, sol alto, forte, dia claro, tanta gente, tantas cores, multidão ... o rádio anuncia: “dezoito mil...”, para mim multidão sem contagem possível. Time em campo, torcida... torcida, destorcida tantas vezes. Uma música que desconheço, um hino novo, mesmo não sendo meu time - torço, torço porque me alegra estar ao lado de cada torcedor, o chão vibra, meu coração também. O desconhecido torna-se amigo de infância, com ele compartilho a angustia e a alegria de cada lance contra e a favor.

Estádio, estado de graça, não dá pra negar: consciência alterada ... pessoas cantam, outras gritam, palavrões unem tantos pensamentos, os juízes atrapalham a vida de cada torcedor, seja de que time for. Incrível ver tantos corpos formando um único corpo que sobe e desce sincronizado, hamonioso. Luzes se acendem ao anoitecer, brilham... alegram tantos olhos. Os olhos estão voltados para um campo que parece ser pequeno quando o time adversário ataca e tão comprido quando atacamos. Tantas vezes me levantei... tantas vezes gritei, gritamos: agora vai – nossas expressões são confusas, as pessoas se misturam, se confundem, pensam juntas, parece que todo mundo ver menos o lançador, que sempre erra o lado.

Cada jogador, herói e vilão da impossibilidade da torcida de fazer os gols, pois só isso a torcida não é capaz de fazer... e tantas vezes tenta. Um pênalti na mão do goleiro... absurdo... falta de absurdo. Não há torcedor que suporte. Um lateral, um lateral é incrível, mas alguns são sobre-humanos... um “camisa seis”, que camisa – tanta raça, forca, vontade. Foram tantos guerreiros, num dá pra dizer que o time num tinha garra. Na prorrogação o time encontrou forças que não possuía mais, não sei onde, jogadores mortos... ressuscitavam. O cansaço abateu meu ídolo, o guerreiro mais guerreiro... não bateu nenhum pênalti.

No final do jogo... Ultimo pênalti, coração na boca, o goleiro vira um paredão a pedido da torcida. Delírios... Raivas passam, as brigas se apaziguam, torcedores se abraçam, pouco importa se se conhecem. Não, nenhum torcedor cabe em si, enquanto comemora uma árdua e dura vitória, merecida - vitória é sempre merecida para o torcedor vencedor.

A glória... todos esquecem as dores da partida... pouco importa todo o resto... cinco segundos ficam gravados.

Rozane Alencar - http://rozaflorlis.blogspot.com/




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