Adílson x Bonan

Meritocracia: (do latim mereo, merecer, obter) é a forma de governo baseado no mérito. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento, e há uma predominância de valores associados à educação e à competência.

O futebol, bem como a maioria dos esportes, costuma ser regido pela meritocracia. É baseado nesta forma de pensar que os treinadores definem suas equipes. Aqueles que mais treinam, que mais se empenham, enfim, aqueles que mais apresentam méritos, segundo o técnico da equipe, são os que costumam ser escalados para atuar em uma determinada partida como titular.
O critério parece ser bem objetivo, mas não impede de deixar alguns treinadores em situação complicada algumas vezes. Por exemplo, se você fosse o técnico do Vozão hoje, quem você escalaria, Bonan ou Adílson?
É do conhecimento de todos a situação que Adílson desfruta no Ceará: ídolo inconteste, graças aos inúmeros serviços prestados ao Clube. O apelido de Paredão não foi lhe dado pela torcida à toa e, não fosse a contusão e a suspensão que o obrigaram a ficar de fora, dificilmente ele teria perdido a condição de goleiro titular. Já recuperado da contusão, regularizado e em plenas condições físicas e técnicas de atuar, como mostrou no jogo contra o Criciúma, natural que Adílson assuma novamente a camisa 01 do Alvinegro.
Mas e quanto a Marcelo Bonan? Chegou em Porangabuçu num dia e no outro já encarou de frente o desafio de entrar em campo. Logo na sua primeira partida, contra o Juventude, mostrou a que veio: pegou um pênalti e foi o herói do jogo. Nas outras oito rodadas que se seguiram foi sempre muito eficiente e, em nenhum momento que esteve em campo, não fez por merecer vestir a camisa do Vovô. Não teria ele, um jogador que literalmente chora para jogar, virtudes o suficiente para permanecer a frente das metas alvinegras?
As véperas do clássico contra o Fortaleza, o treinador Lula Pereira viu-se na difícil situação de ter que optar por um dos dois goleiros. Escolheu Adílson. Os critérios dessa escolha nem mesmo o próprio Lula se arrisca a explicar. Pode ter sido feeling, cara ou coroa ou qualquer outro, já que, dessa vez, a meritocracia não deu conta de orientar a escolha dele.
Uma vez decidido o arqueiro alvinegro, o vídeo abaixo vai como forma de apoio para partida de amanhã.

Pra cima deles, Vozão!