“É hora de tomar providências. Vamos conversar com a diretoria nesta semana, precisamos de reforços e de tomar atitude porque alguns jogadores não estão rendendo. Ou fazemos isso ou o Fortaleza vai passar o campeonato inteiro rondando a zona de rebaixamento”. A frase acima, dita pelo técnico Heriberto da Cunha após mais uma derrota leonina na Série B e reproduzida no site oficial do clube, reflete bem o momento tricolor.

Lembrei de um comentário que fiz quando o treinador estava no Fortaleza há alguns dias, vindo do Ceará. Diferente do que fazia no clube anterior, Heriberto não reclamava tanto, mostrava-se satisfeito com o elenco e com a aporte que recebia da diretoria. Não se via mais o “Heriberto reclamão” de Porangabussu, o cara que sempre insistia em reforços, que a equipe precisava melhorar, evoluir e coisa e tal.

Alguns meses depois, vemos um técnico que já abandonou o clube por não estar satisfeito com a falta de reforços que pediu (e com a diretoria? Não se sabe ao certo, nem ele diz), que retornou e, sem conseguir um bom aproveitamento com o material humano que tem em mãos, volta a abrir o berreiro.

Não faço aqui uma crítica a ele, muito pelo contrário. Quem não chora não mama, e, no Fortaleza, é preciso choro, reza e ação. Se o treinador não cita, eu poderia citar vários destes que “não estão rendendo”. Erandir é, cada vez mais, o reflexo disto, tanto que saiu vaiado da última partida em casa, mesmo com a equipe vencendo bem. Simão, constantemente fora da equipe, por suspensões ou lesões, não rende mais o que todos sabem que pode. Fora outros, que não faz sentido eu ficar listando aqui.

No clube, os dirigentes parecem perdidos como há muito não se via. Já perdemos as contas de quantos “reforços” chegaram a ser anunciados e não chegaram (ou chegaram e logo foram embora, como o tal Fierro). O grupo tem carências por demais, tendo que utilizar, muitas vezes excessivamente, de garotos para resolver os problemas. Algumas vezes dá certo, mas na maioria dos casos não é o ideal.

Não vejo muita chance do Fortaleza conseguir escapar facilmente desta zona da morte. O mais provável é que essa luta prossiga até o término da competição. A crise financeira é uma realidade e, para piorar, parece estar caminhando lado a lado de uma certa quantia de incompetência. O torcedor tricolor, que se acostumou nos últimos anos com vitórias, títulos e acessos, vê-se cada vez mais desmotivado com a situação do time e começa a ver o fantasma da Série C, que já parecia exorcizado, voltar a rondar o Pici. Abre o olho, Leão, enquanto é tempo!

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