Santa perde e fica cada vez mais perto da Série D
A esperança é a última que morre. Enquanto há vida, há esperança. Milagres existem. Ainda temos chances matemáticas. Essas e outras tantas frases batidas devem ser repetidas incessantemente pelos jogadores do Santa Cruz durante a semana. Com a derrota por 1x0 para o Icasa-CE, ontem à tarde, no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, pela antepenúltima rodada do Grupo 19 da segunda fase da Série C, o tricolor fica a um passo de escrever a página mais triste em 94 anos de fundação. São dois pontos somados e a lanterna do quadrangular. Somente um capricho dos deuses do futebol salvam os corais do rebaixamento à recém-criada Série D.
Um simples empate no próximo domingo, contra o Campinense-PB, no Arruda, pela penúltima rodada da etapa, decreta algo que parece iminente. Com três pontos, o Santa Cruz não teria mais condições de alcançar a faixa de classificação. A princípio, o confronto estava marcado para quarta-feira, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mudou a data de uma série de jogos por conta de atrasos em outras chaves. A rodada final da segunda fase, que anteriormente ocorreria justamente no dia 24, passou para o dia 6 do mês que vem. Os corais vão fechar o quadrangular diante do também pernambucano Salgueiro, no Estádio Cornélio de Barros, no Sertão.
Atualmente, o Carcará está na liderança do Grupo 19, com sete pontos conquistados e dois gols de saldo positivo. O vice-líder é o Icasa-CE, com os mesmos sete pontos e zero de saldo. O Campinense vem em terceiro, somando cinco pontos. A possibilidade que resta ao Santa Cruz é vencer os dois jogos e torcer para que o Salgueiro ou o Icasa-CE não contabilizem mais de um ponto nos últimos seis em disputa. Desta forma, poderia levar uma vaga nos critérios de desempate. Embora remota, também há a chance de as quatro equipes terminarem o quadrangular empatadas com oito pontos.
Os jargões surrados cabem igualmente para descrever o confronto de ontem. Para começar, a nova derrota por 1x0 contra o mesmo time em fins de semana seguidos é a prova de que o raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. No primeiro tempo, ainda poderia ser aplicada a frase cunhada pelo técnico Carlos Alberto Parreira: “O gol é apenas um detalhe”. Pelo menos, 14 chances foram criadas pelas duas equipes. Mas o placar não foi alterado.
Para o segundo tempo, o técnico Ronaldo Bagé e a torcida apostaram na capacidade de Rosembrik, que entrou no lugar do ala esquerdo Camilo. Talvez fosse ele o “Messias”. Mas o “santo de casa” estava atuando a 658 kms do Arruda e não conseguiu fazer milagres. E, como uma andorinha só não faz verão, no decorrer da etapa final o treinador também investiu nas entradas do atacante Thomas Anderson no lugar do ala direito Bruno e do atacante Cléo na vaga do meia Juninho.
O Santa Cruz, contudo, caiu no velho conto do “quem não faz leva”. Dominou no início e perdeu boas oportunidades. O Icasa-CE, por outro lado, marcou o seu gol na primeira investida, aos 26 minutos, com o zagueiro Tiago. Depois de uma bela jogada do lateral-direito Roberto Baiano em cima do volante Allan, que estava deslocado na esquerda da zaga, o defensor icasiano recebeu a bola na pequena área e não desperdiçou.
Por fim, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. E furou. Thomas Anderson teve duas oportunidades claras de mandar para a rede. Concluiu mal. Aos 31 minutos, foi a trave que salvou o goleiro Ari. Nos descontos, o atacante Edmundo recebeu na área e marcou, confirmando o ditado. Entretanto foi assinalado o impedimento, acabando de vez com as esperanças de empate.
*tirado do site do Jornal do Commercio: http://jc.uol.com.br/jornal/2008/08/18/not_295423.php
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